Meu amigo, a estrada é essa. Experimente jogar os cabelos para fora para sentir que estamos mesmo indo, finalmente indo, seguindo em disparada contra o desespero do vento, escrevendo o nosso destino com as linhas das mãos que sobem e descem entre a tormenta que desce fria lá atrás, lá no começo de tudo, no fim da nossa velha vida de viver pensando quando é que estaríamos vivendo assim, no caminho, em busca de nada senão dos nossos desatinos acometidos de loucura, de sobriedade profunda. Não tem mais volta, não tem mais curvas, não tem mais montanhas, colinas e esquinas que possam espreitar as nossas ânsias satisfeitas que dançam despreocupadas nos nossos devaneios perdidos no futuro, nas chegadas, nas despedidas, nas linhas que escrevemos sem precisar pensar muito, sem precisar imaginar nada.
Parece que agora irreperavelmente conseguimos atravessar a linha, as margens da poesia, e poderemos enfim encontrar Stills, Nash, Crosby e Young, os velhos homens das barbas cultivadas, e acertar a conta com a nossa felicidade que andava um tanto desesperada para poder começar a cantar. Vamos só acelerar, pisar fundo para o fundo do mundo, para a luz que nos espera do outro lado do túnel, as árvores, as tardes sem chuva, só para ver a natureza respirando, os cometas colidindo, os viajantes perdidos suspirando estrelas enquanto esticam o dedo para mais uma carona antes de mais uma cidade, de mais um hotel barato para dormir. Chegou a hora de viver, de ser, de olhar para trás e não se arrepender de não ter vivido, de não ter sido, e de não ter partido.
Chegou a hora de partir, meu amigo. Chegou a hora de partir mais uma vez.
Bernardo Biagioni
Parece que agora irreperavelmente conseguimos atravessar a linha, as margens da poesia, e poderemos enfim encontrar Stills, Nash, Crosby e Young, os velhos homens das barbas cultivadas, e acertar a conta com a nossa felicidade que andava um tanto desesperada para poder começar a cantar. Vamos só acelerar, pisar fundo para o fundo do mundo, para a luz que nos espera do outro lado do túnel, as árvores, as tardes sem chuva, só para ver a natureza respirando, os cometas colidindo, os viajantes perdidos suspirando estrelas enquanto esticam o dedo para mais uma carona antes de mais uma cidade, de mais um hotel barato para dormir. Chegou a hora de viver, de ser, de olhar para trás e não se arrepender de não ter vivido, de não ter sido, e de não ter partido.
Chegou a hora de partir, meu amigo. Chegou a hora de partir mais uma vez.
Bernardo Biagioni
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