quarta-feira, abril 25, 2012

Por que chamar de lar, a casa que está queimando?

Se não se importa, eu digo. Amanhã cedo levanto e escrevo que estou partindo. Meu amor, você sabe o caminho. Faz tempo que tenho desconversado os astros em conversas e em desejos. Perdoe-me os anseios, os desassossegos e minha falta de jeito para falar que amo. Sou louco e me encanto, com um mundo que ainda não inventaram.

Não troquei a maçaneta da porta, e não sei mais quando te vejo. Quero que você continue com as chaves, enquanto desfaz os descaminhos que percorremos. Carrego Saudade, porque Vontade pra mim é pouco. Se todos os caminhos do universo me levassem a seu beijo, eu ficaria. Mas não conheço nenhum amor, que durma tão cedo.

Sim, me dói, mas esta distância me parte a esperança. As vezes sinto que nos tocamos tão pouco, perto do que o vento sugeriu que aconteceria. Pense no tempo, as noites, e o primeiro dia. Lembre como estava o céu, os cometas, e como a gente reagia. Meu amor, eu não vejo sentido em nada, que não tenha poesia.

sexta-feira, abril 20, 2012

todos os dias ela me faz querer ir a mar

Deite a mão no peito e escute só o despeito que pode ser amar. Afagar assim o vento na saudade da vontade de correr meus dedos pelo seu desassossego iminente. Vamos fugir de novo enquanto a cidade arrasta a primavera distante pelos campos em centeio. O tempo embaralha os astros, os lapsos e colapsos em desespero profundo. Destrata a força, mas a fé eu seguro. Daqui em diante o que sobra são só duas promessas - e o futuro. Nos vemos amanhã. E o mundo.