sábado, julho 11, 2009

Rimbaud

Arrebatador de amores mundanos. Doce leviano tormento da espécie humana, um verdadeiro cachorro, como convém ser nomeado quando se entrevem pelas pernas nuas dessas noites inebriantes. Safado, indolente e nada puro, colarinho deposto, chapéu nas mãos e sua latinidade tão forjada quanto o tipo de penteado que usa. Conquistador barato, pitoresco desaparato das esquinas que cruza, dos beijos que abusa e dos amores que inspira. Dramaturgo e poeta, encena em cenas os sambas que samba em papéis avulsos, exdrúxulos e lamuriados. Amigo, profeta e para sempre galanteador. Galanteia a vida na triste garantia de que será um eterno refém de sua própria poesia. "Coitado" (...).

Bernardo Biagioni

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