Já não espero mais nada de você e isso é tudo que sei sobre nós dois agora que já fazem dois ou três meses depois de termos dividido algumas palavras juntos, sorrindo um para o outro e para os caminhos perdidos do mundo. Agora sei que você nunca vai fugir, que não vai deixar de mentir e que vai seguir para sempre me evitando e se evitando, nunca se olhando no espelho, e nunca encarando de frente todos esses seus intermináveis desejos que ficam indo e voltando por cada canto do seu corpo. E também sei que não vai aceitar minhas viagens, essas minhas vontades repentinas, minhas investidas vespertinas e os textos que escrevo cheio de saudade, cheio de liberdade e transbordando de todas as verdades mais sinceras que já tive coragem de confessar. Pode ser tarde, mas agora eu entendi. Agora sei que você prefere ficar assim, perdida, enganosamente feliz e longe, muito longe de mim.
Bernardo Biagioni
Bernardo Biagioni
Um comentário:
Fim
uma palavra tão pequena, mas de todas, acho que é a mais difícil de engolir, de aceitar e dizer.
Se ela tivesse um corpo, uma forma, seria de uma montanha bem alta, muito difícil de subir. Essa montanha só se sobe sozinho e ela é cansativa, o caminho longo demais. Mas lá em cima, quando você chega ao fim, sente o vento batendo no seu rosto e sabe o que significa o alívio da liberdade do fim de certas relações. Quanto maior o amor, mais alta a montanha e maior a liberdade.
Mas pra que serve a liberdade na solidão?
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