segunda-feira, setembro 21, 2009

Tudo

Sempre as mesmas músicas, as mesmas noites, os mesmos versos e mais uma vez caminhando incerto pelos pensamentos perdidos, os resquícios dos beijos, as marcas que ficaram. Seu perfume envolto no meu cheiro, seus lábios tatuados nos meus dedos e cada uma de todas as nossas palavras entregues ao som da chuva fria que escorre pela janela cuidadosamente entreaberta para espantar a saudade que existe aqui dentro. Passam os minutos, os dias e as horas e eu sigo martelando inconformado os nossos desatinos, os destinos que desistimos e as outras tantas manhãs de sol que poderíamos ter dividido se tivéssemos desafiado as nuvens escuras que espantaram nossas sinceras vontades. Encaro meu rosto no espelho e não há sorrisos, motivos ou sentidos. Restou apenas silêncio, textos de como poderia ter sido e uma espera incessante de você aparecer por aqui para que possamos simplesmente sair por aí e voltarmos a ser tudo aquilo que tínhamos construído: nada.

Bernardo Biagioni

4 comentários:

Anônimo disse...

Adoro o que você escreve. Consegue passar tanto sentimento, é sempre tão intenso!

Anônimo disse...

Nas esquinas da vida nos machucamos e vamos acumulando cicatrizes. Por favor, nunca deixe que essas cicatrizes te tornem duro ao ponto de não ter a coragem de sentir e viver plenamente o que a vida oferece. Nunca deixe de acreditar.

Rômulo Medeiros disse...

Ai, vc é gostoso demais Biagioni. Ui.

Anônimo disse...

Sim, ele é mesmo!
Ele tem aquilo que raros homens tem. Coragem de ser sensível.