sexta-feira, setembro 25, 2009

Roam

Mas ainda não encontrei ninguém. Nem nos bares, nas cervejas, nos cigarros que troquei, nos lábios e lábios que beijei e nas viagens pelo mundo, pelos becos do mundo, e por cada curva desta cidade e de todas as outras cidades que estive desbravando, escrevendo e mandando cartas atrás de cartas. Tive lá os meus encontros, os meus desencantados encantos, espantos momentâneos e suspiros roucos, gritos loucos, sentimentos trôpegos e incertezas incompletas. Sempre procurando, pincelando em papéis avulsos as desventuras que andei tropeçando, insistindo e implorando. Mas nada, nada e nada. Mesmo quando tive tudo e quando achei que finalmente iria adormecer seguro, descobri no sol que minhas manhãs continuariam escuras, que minhas palavras não seriam mais tão "suas" e que minha procura continuaria em frente indolente e ininterrupta. E hoje, errante, desenho páginas e páginas de planos, folheio meus sonhos enquanto me engano e sigo no tempo errando, arriscando e acelerando. Apenas esperando que a vida venha me encontrar.

Bernardo Biagioni

Um comentário:

Anônimo disse...

Esses textos são tão bonitos *-* Parabéns.