Vê se então me escuta, já que não acredita, entende ou pretende entender tudo que estive rabiscando por estes papéis vencidos nos últimos vinte e tantos dias. Tanta poesia barata, pouco trabalhada e salpicada pelas injúrias do álcool consumido em todos os bares do mundo é a maior sinceridade que venho tentando esboçar. Lembre logo de ontem, ou talvez de anteontem, quando cruzamos a noite e vimos o dia ser dia bem acima dos nossos olhos nunca desapaixonados. Aqueles tantos e tantos abraços apertados, beijos por todos os cantos e cabelos por todos os lados ainda estão envoltos na melhor das minhas memórias. Mais do que nunca ando perdido, olhar distante e sozinho, bêbabo, cambalente e trocando versos vazios com vazios cheios de versos. Apaixonado, por que não? Desconcertado, tropeçado e escrevendo um, dois, três e quantos outros textos forem necessários por noite. Finalmente aqui estou eu: sentado na varanda, luz apagada, respirando minhas intermináveis lembranças e esperando o nosso instante chegar.
Bernardo Biagioni
Bernardo Biagioni
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