Aquele foi o último sorriso sincero deste século, isso eu posso garantir. Tão natural, verdadeiro e necessário. Ela, entre os dois lances de escada, parada, talvez encostada na parede, a bolsa caindo pela lateral esquerda. Eu, terminando de passar pelo último degrau, o rosto voltado para trás, o corpo tentando acompanhar os passos tropeçados sobre os passos. Sem mais barulhos, sem multidões, sem chuva, sem sol, somente o silêncio e sua música tão sua. Também sem Tempo, sem duração, uma eternidade, dois segundos tão inseguros de si. Certo de incertezas, incertezas nunca tão certas, medo, medo e medo. Ela corre os dedos pelos cabelos, posso ver que está tremendo, disfarça, nega, se entrega e não se entrega. Eu minto, digo que não é meu e tento me endireitar, ando e desando negando o que minha alma tenta dizer - Como posso ter me apaixonado assim?
5 comentários:
E porque a pergunta? Apesar das doses de dor, não tem coisa melhor que se apaixonar.
I loved you first.
Oi Bernardo, encontrei seu blog por acaso, e gostei muito do seu estilo de escrever. Principalmente das descrições. Parabéns!
tenho certeza q a culpa foi do cheiro....sempre é do cheiro.
Acho que essa estranheza do amar e a mais sincera das formas pois quando se tem controle sobre ela nao e paixao e tampouco amor.
adorei sua estranheza...
MARIA FERNANDA
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