P: Beba, pois, deste cálice de Vida que vos ofereço. Tomai e bebei este meu corpo, deposto a ti como viés mercadoria do nosso obsoleto destino. Daí graças e me abrace. Quero sentir o fogo atracar os nossos trapos em chamas ardentes. Que seja feita a vossa vontade, meu bem. Venha a mim sem pena e nem misericórdia, quero que lavre nossa discórdia e escarne os infortúnios segundos de nossos desencontros. Quero arrepiar-lhe os pecados, depois. Antes beijaremos sob o atento realento da cúpula cósmica que rege nosso Universo. Seremos Nós enquanto não formos Sois, quero que compartilhe a Minha carne com a Vossa eternidade.
Confesse, mais tarde. Aquiete os demônios atrelados aos seus órgãos animalescos e adormeça. Seus pesadelos arcaicos estão em singular harmonia com a fé que anima vossa sabedoria. Tenha fé, sempre. Porém atente-se ao véu negro que desfila pelo seu sedento pensamento. Liberte-te, sim? Comei deste pão sacro e milagroso que tanto lhe rogo em poesia. Quero que sorva dos versos pecaminosos que escorrego por sua alma purificada.
Sinta-te, enfim, amada. Volte seus olhos pretos aos céus e agradeça o prazer indócil que tange o seu momentâneo tormento. Viva este momento. Enrole o seu terço sobre o terço do seu corpo que não chora e se recomponha. Deixe que seus traços arrepiem o arrepio indolente que percorre suas expressões carnais. Dai graças e aleluia, finja que esta carta não é sua e saia sem cinismo. Bata a porta, corra nua pela rua e dependure pela ponta a conta do nosso dízimo. E não te arrependa não. Não olheis os vossos pecados, mas a maré que desabrocha em tua manta. Toda sua reação reflete Nossa nobre tração resvalecida nos quatro cantos da minha cama.
T: E que o Amor esteja convosco,
Bernardo Biagioni
Confesse, mais tarde. Aquiete os demônios atrelados aos seus órgãos animalescos e adormeça. Seus pesadelos arcaicos estão em singular harmonia com a fé que anima vossa sabedoria. Tenha fé, sempre. Porém atente-se ao véu negro que desfila pelo seu sedento pensamento. Liberte-te, sim? Comei deste pão sacro e milagroso que tanto lhe rogo em poesia. Quero que sorva dos versos pecaminosos que escorrego por sua alma purificada.
Sinta-te, enfim, amada. Volte seus olhos pretos aos céus e agradeça o prazer indócil que tange o seu momentâneo tormento. Viva este momento. Enrole o seu terço sobre o terço do seu corpo que não chora e se recomponha. Deixe que seus traços arrepiem o arrepio indolente que percorre suas expressões carnais. Dai graças e aleluia, finja que esta carta não é sua e saia sem cinismo. Bata a porta, corra nua pela rua e dependure pela ponta a conta do nosso dízimo. E não te arrependa não. Não olheis os vossos pecados, mas a maré que desabrocha em tua manta. Toda sua reação reflete Nossa nobre tração resvalecida nos quatro cantos da minha cama.
T: E que o Amor esteja convosco,
Bernardo Biagioni
7 comentários:
"Ele está no meio de nós."
um amém literalmente "caloroso"...beijos querido.
Você vive? Você ama? Você bebe do
cálice da Vida? Quem é a sua musa inspiradora? Quem é você . . . vc sabe . . . o seu toque não toca o ser amado, as suas palavras não entranham no corpo daquele que espera ansioso um lapso de sinceridade melancólica. O que seriam os versos sem o deleite dos prazeres reais, imundos e confusos, mas reais. A Vida espera por nós, antes que viremos Sois.
Adoraria saber quem é você. São belas as suas palavras.
Por trás dessas palavras está alguém que uma vez já foi tocada por você.
Straight to hell
uh... polêmiiico!
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