quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Reflexos

É bom quando vem em ondas. O raio desce pelas têmporas, rasga o tímpano como um ruído até desaparecer em uma tontura titubeante. Oscila entre temperaturas flamejantes e esfria as condolênscias do corpo. Imploramos que não, mas continua descendo pela traquéia, chega aos pulmões e, fica então, se debatendo efusivamente nas quatro paredes de alvéolos. Quando começa a ficar melhor, logo vem o pânico, o suor e a ansiedade.

Mas o pensamento ponderado resguarda sua segurança psicoátiva e você sabe que sua respiração já já irá voltar. Aí o corpo responde, o coração volta a trabalhar e as pernas sentem-se úteis novamente. Os céus que estavam fechados se abrem e as nuvens que filtravam seu horizonte se desfazem na rua como gotas cambaleantes de chuva. O que eram rugas, vira sorrisos e o que era dor, vira clamor.E, em segundos, tudo acaba, sua visão não é mais turva e as mãos sentem ânimo novamente.

Agora, então, você pára e respira. Seu corpo treme e agoniza até a verdade atravessar a sua mente sem anseios. Você está de frente para o espelho e não quer mentir para si mesmo: "Eu preciso de mais uma dose de beijos".


Reflexos,

Bernardo Biagioni

5 comentários:

Anônimo disse...

e quem não precisa?

Anônimo disse...

Perfeito;
Voce conseguiu descrever tudo o que eu senti.

Muitas vezes isso já aconteceu.

Mas é que o dia hoje foi muito especial e esse seu texto deixo-o mais especial ainda.

Anônimo disse...

ahh, e quem não precisa mesmo?!...

Anônimo disse...

suspiros!!! (ressaca pós-carnaval)

Anônimo disse...

Perfeito!