segunda-feira, julho 14, 2008

Não sei não!

Eu não sei. Confesso que não sei. Não sei escrever-te meu pranto, o tão seco acalanto de um antigo trovador. Não sei segurar os teus braços, abraçar os teus abraços e te pedir paixão. Eu sei amar, seria digno, então? Cruzar o realento atento do mau-tempo que não deságua em meus oceanos - De lágrimas? Mas não choro, porém. Quisera eu ter-te comigo, sozinhos. Um cinema, dois. Três barzinhos, quatro? Quero galgar teu corpo em busca de um beijo. Escorregar o meu palpear pelos seus traços, alcançar os seus compassos. Mas não sei brincar. Sei sorrir, pudera? Posso fazer-te gargalhar na segunda-feira cinzenta que se apropria daquela vestimenta usada. Colocar-te para dançar o tango malandro do cabaré infernal. Ui, nada mal! Tomar-te de jeito, esquivar o teu cortejo ate tocar-te no chão. Quero você comigo no chão. Mas quero tanto, posso eu? Eu não sei, não sei. Mas sei conversar baixinho, suspirar um continho e chegar de mansinho. Sei invadir sua janela, tirar-te da vida. Saia dessa vida! Venha, aqui tem vitrola, versete e carnaval. Tem acalanto, sorriso e vendaval. O tempo sabe fazer o frio. Mas o meu o corpo é quente e te quero tal. Vamos sambar o samba escondido da vida. Aclamar a chama de nós dois. Vem comigo. Arrasta um passinho pela pista que eu aperto-te em meu peito. Vem. Eu não sei muito, confesso que não. Não sei falar assim bonito, nem tão feio não. Mas sei dançar. Mambo, polca e carnaval. Dança comigo, meu bem?

Bernardo Biagioni

Um comentário:

Anônimo disse...

Uiii adooorei issooo