Faz parte de sentir dor - desarmonia e desamor em um mundo que se serpenteia estranho em um espiral de angústias acalentadas pela profusão das lástimas arrastadas em transe. Cada gole de fôlego arrebate os pulmões de preceitos e anseios, de escolhas e de respostas - corpos que se cruzam e que não se tocam, olhos que se olham e não brilham, lábios que se estalam, mas não queimam.
Perdemos de nós mesmos nesta última curva desesperada. A estrada irradia inquieta pelo horizonte como um convite desafortunado de agarrar a vida na fuga, em luta, em busca de uma terra que respire brisa - respire mar.
Somos agora essa geração desperta - convicta e incerta - que se enfia pelos descaminhos de esquinas pouco iluminadas atrás de perguntas que se perdem no eco. Uma luz que brilha no universo opaco - um vazio preenchido de riscos dissimulados e necessários - uma chama descontrolada que anda, avança, e destrói. Toda tempestade que vem, vem para regar a nossa alma que dói.
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