domingo, fevereiro 06, 2011

seguindo estrada acima com devendra banhart

Permita-me sol o crepitar do fogo, coloca assim uma chama mais quente na minha alma, uma chama que dance, uma chama que arda, uma chama que queime mesmo quando apagada, quando não alarmada pelos lampejos gracejados dos desencontros mundanos. Quero que tudo que tenha dentro de mim se inflame de vontade, de desespero profundo, de desencanto continuo, um pedaço de vida que ande sempre comigo, Morro abaixo, Morro acima.


Quero amar, sol. Mas só sei amar se for para sempre.


Permita-me também a calmaria, permita-me assim dois segundos de suspiro; meu corpo inteiro mexe rápido demais quando inventa de esbarrar nas vontades da Vida, Subir Morro, Descer morro, amar todas as noites como se todas as noites fossem as ultimas noites para se amar com sinceridade, com sobriedade, com a Verdade que só o Agora pode permitir.


Permita-me lembrar do seu nome, sol. Permita-me desenhar o seu desenho em duas claves de sol maior.


Porque agora eu estou partindo - indo e ondulando - seguindo estrada acima com devendra banhart repetindo as mesmas musicas no estéreo estourado do carro, vinte e nove cidadelas aparecendo e desaparecendo pela janela, chuva e vento no caminho. Permita-me Sol que eu não encontre nem sombras e nem destino, nem medos nem delírios, e deixe só o meu rosto sorrir mais, a minha alma cantar mais, e minha vida inteira ser mais, mais, mais, mais, mais.... Mais ate do que eu poderia suportar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nossa, como sempre se superando, Bernardo! Amo teus textos! Venho sempre aqui. Você poderia escrever com mais frequência.