E daqui de cima dá para ver ele partindo, mais uma vez partindo, jogou todas as malas que podia no banco de trás e agora vai seguir sozinho. Não deve ir longe, mas não deve ficar por perto - cada vez que vai, deixa aqui um pedaço de si, um pedaço daquilo que foi enquanto se arriscava pelas ruas escuras da cidade, noite atrás de noite. Está indo porque assim se sente livre, assim consegue respirar, gosta de sentir o cheiro das montanhas que cortam o horizonte, o vento que entra pelas frestas das janelas abertas e o som da música que se mistura com o som da aceleração, da velocidade. Não tem dia para voltar – talvez nunca mais volte – e carrega consigo folhas para escrever sua saudade, mapas para poder se perder no caminho e o maior sentimento do mundo. Este, que ele chama de liberdade.
Bon voyage!
Bon voyage!