terça-feira, novembro 17, 2009

Amanhã

Ainda vai me agradecer por tudo que andei escrevendo, pelos convites que estive arriscando, por todos os encontros que desperdiçamos e por todos os caminhos que cruzamos em cada uma das noites quentes e frias das últimas duas estações do ano. Vai me agradecer quando colocar a cabeça para fora enquanto estiver dirigindo e sentir o vento atrapalhar os seus cabelos, e vai lembrar de nós dois quando ver pelo retrovisor o sol se pondo enquanto a cidade mergulha bem lá no fundo, calmamente. Será agora, amanhã e para sempre, refém das nossas lembranças. E por mais que negue, não se entregue e se esconda, enquanto houver vida, existirá saudade.

Bernardo Biagioni

2 comentários:

kinha disse...

A saudade de um amor é como a sinestesia, quase um sexto sentido, que vê em tudo aquilo que se lembra, num passado sempre presente.
;]

Anônimo disse...

E saudade!