quarta-feira, novembro 11, 2009

17

Perto de meia-noite e ela continua deitada com as mãos apertando os lençóis, sente frio, sente calor, sente o vento que conseguiu entrar pela porta, pelas frestas da porta, e sorri uma, duas, quatro vezes. Atravessa os dedos pelos cabelos com calma, desliza a palma dos dedos pelo pescoço tentando sentir que está mesmo sentindo tudo e apenas deixa que as pernas possam mesmo tremer, assim como treme o mundo. Esses são os dezessete melhores segundos de sua vida e ela sabe bem que pode demorar a se repetir. Sobretudo enquanto estiver sozinha.

Bernardo Biagioni

2 comentários:

Natália Possas disse...

Hum, interessante!

Matheus Lara disse...

Muito bom mesmo (: