Me ligou para contar que agora está se sentindo finalmente livre, e realmente livre, e que estava com as malas jogadas no banco de trás do carro, os vidros todos abaixados e acelerando sem ter onde chegar. Disse que tinha aprendido, que tinha entendido o segredo, e que estava suficientemente preparada para colocar tudo em prática, tudo na estrada, e assim poder fugir de si mesma. Senti daqui que ela estava sorrindo de lá e senti que era verdade, que estava acontecendo de verdade, e que ela estava mesmo indo – finalmente indo – indo atrás de sua inconsolada liberdade.
Bernardo Biagioni
Bernardo Biagioni
6 comentários:
Mas seria isso a verdadeira liberdade? Liberdade é relativa a todos e a tudo: fato.
Viajo em seus posts, caro Bernardo.
queria eu, ser ela
... vemos algo dando errado,
Lamentamos por isso.
Depois vem um acerto!
É porque antes, não tinha dado errado.
Belo texto. Belo blog. Voltarei.
é da bella daguer, né?
Você consegue transcrever e descrever, inspirar e expirar uma profundidade imensa.
Admiro muito isso
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