Todos os caminhos e toda uma expressão - alaranjado um horizonte a cintilar pelos prédios de tintas escritas, uma saudade e uma dúzia de lampejos perdidos nos trajetos e nos trejeitos de respirar o vento que sopra do mar e escorre pelas montanhas. Vivo e não nego a existência que habita a dormência dos tempos sonolentos - estamos a escutar a revolução centrifugando as almas robustas de mentes compartilhadas que se esbarram em parques, em praças, a resistir e a sonhar com o desencantar da ordem - organizando para desorganizar os sentimentos volúveis que vagueiam o ar. Uma vida inteira a naufragar no fôlego e na vontade de respirar - desenhamos no vento a calamidade do tempo, nos beijamos sem nos encostar, olhos que viajam a encontrar um sentido para tanto amor e para tanto desassossego.