segunda-feira, agosto 10, 2009

Noir

E também sei que jamais esquecerei daquelas noites nem tão frias de um inverno distante, quando tudo que fazíamos era sentar no carro e ficar trocando lembranças com pensamentos enganosamente preocupados. Nossos dedos, beijos e lampejos rodopiando pela fumaça do seu cigarro e todo aquele cheiro afável da liberdade dançando bem na nossa frente. Livres, livres e livres. Era só e disso que sabíamos e sentíamos junto das suas unhas, nossos abraços e do espaço vazio que nos separava. Duas músicas, oito, doze, o tempo parecia finalmente perdido do próprio tempo e seguia tropeçando, acelerando e engasgando por cada uma de suas paradas. Olhos por olhos, lábios nos lábios e uma vontade inflamável de gritar para o mundo aquilo tudo que eu mal seria capaz de sussurrar: sê minha e agora.

Bernardo Biagioni

Um comentário:

Tomaz de Alvarenga disse...

Biagioni, vamos aos fatos:

1. Você escreve pra c****** e não é de hoje;
2. Quando vai de fato tomar vergonha e escrever um livro?
3. Joga o link do meu blog no canto direito aí.
4. Estamos com Jah.

abração.