segunda-feira, setembro 13, 2010

Sobre cigarros e sair fora amanhã de manhã

Hoje eu olhei no fundo dos seus olhos de manhã, um pouco depois de você acordar, e pude perceber pela primeira vez que talvez falte apenas umas duas ou três semanas para você conseguir finalmente se livrar desta sua alma apegada, chateada, que vive lhe incomodando a serenidade dos seus sonhos desencontrados. Não demora muito para você arrastar de vez a porta de ferro para perto da parede, escancarar de vez as palavras que estão aí escondidas, gritando, se remoendo de frio no meio do calor da sua aura que grita, que chora, que canta qualquer outra poesia sobre fugir por aí de novo. Sinto que logo vamos estar dirigindo sozinhos por perto mais uma vez, inventando caminhos incertos nas estradas que serpenteiam as montanhas, nos perdendo nos mapas que nunca levaremos, e descobrindo tudo que estivemos conversando no meio deste nosso silêncio. Este silêncio confortávelmente absoluto.