segunda-feira, junho 13, 2011

eu decidi sair para respirar no ar

eu sai essa tarde para poder caminhar ali até a esquina, sentir um pouco dos filetes de sol esquentarem o inverno que invadiu às nossas almas nas últimas semanas de frio. já tem alguns dias que estou tentando encontrar uma luz diferente, algum tipo de brilho que queime ainda mais o sentimento que meu corpo sente quando estou diante da janela, olhando para a cidade, inventando caminhos desconhecidos só para ver até onde eu consigo seguir para além da linha que some o vento.


é estúpido, mas as vezes sinto que vou encontrar uma resposta para todos os mistérios do mundo se ficar mais cinco minutos encostado na calçada da rua, fumando um cigarro, desconversando promessas antigas enquanto seguro minhas duas últimas garrafas de cerveja vazias.

dói querer tirar do fogo uma faísca encandecida, um traço de vida que respire mais do que o próprio Tempo, sair numa quinta-feira para encontrar perdida na esquina um Amor que responda às dúvidas da vida simplesmente jogando os seus cabelos embaralhados para fora do vidro do carro. é uma busca insustentável pela experimentação do infinito sobre o mundo, quando finalmente nos tornamos livres para sentir mais, amar mais, e navegar mais.


não estou procurando nada que seja eterno, mas simplesmente uma chama que conforte o frio que pode ser uma segunda-feira de silêncio; alguém que eu possa esbarrar sem querer na rua sergipe e sentir de novo aquele aperto no peito, uma outra razão no mundo para eu não ter que voltar para casa tão cedo.


poder deixar ela em casa e então pegar o caminho mais longe para casa, subir avenida acima com as janelas todas abertas, o vento balançando os versos que Jamie Woon canta pelos alto-falantes estourados. ter com quem dormir, ter com quem acordar, e ter por perto uma saudade que queime, que arda, que doa de tão irreparável, inevitável e necessária. um amor para a vida inteira. mesmo que dure só para hoje, agora, enquanto o sol vai descendo pelo horizonte alaranjado.